2011/06/08

o que tentamos...

Também a perda está na tentativa. Aliás, a tentativa não pressupõe concretização apenas uma possibilidade. Mas é apenas uma aposta, em última análise, inconsequente. Uma tentativa é um gesto vão e infundado, a verdade é simples e prática – se não soubermos como o fazer dificilmente fazemos o que queremos. Isto não significa que a tentativa não seja um acto positivo, não. Ela mostra-nos o funcionamento da realidade, o curioso é que, na maioria das vezes, esse conhecimento experimental que adquirimos não tem aplicação na situação em que surge. Vai, vive o mundo, tenta mas não te esqueças de voltar. Isto porque a tentativa constrói os alicerces do saber da experiência mas não nos garante resultados. Ou talvez devêssemos dizer: vai, tenta, o mundo é uma tentativa – nada é permanente, nada é definitivo, nada é certo e, no entanto, há sempre alguma coisa permanente, alguma ideia definitiva, aquela certeza… Eis que a realidade não nos diz nada quando não a pensamos e são várias as certezas definitivas que permanecem em nós e não as pensamos e não as questionamos e não pensamos que somos essas certezas, simples tentativas inconsequentes.