2013/08/18

eu percebi porque te preocupas tanto com a imagem


Esta é uma história de mudanças, cobardias de uma fuga constante da carcaça velha por outra carcaça moribunda. Outra festa, novo cenário, outro copo, mais fumo, é preciso ser diferente novamente, a cada instante. Morre eu! Morre eu! Ele nunca morreu, então eternamente aquela busca, então continuamente aquela fuga de si mesmo… Não é cobardia, é necessidade de mudar. Tornar possível mudar, mostrar-se diferente para aprender tudo o que possa vir dessa diferença. Uma nova droga, outra crença, mais uma preocupação, menos um medo, é uma busca eterna por conforto que está em mim ou em ti ou noutra pessoa que ainda não conhecemos… Mas quem é essa pessoa quando a conhecemos? Quem será ela depois disso? Somos inconstantes por natureza, o predador de ontem, hoje é a presa. Mas talvez outro penteado resolva por agora essa angústia, amanhã o elogio já não vai estar lá, então talvez outro brinco, outro piercing, outra roupa adie novamente o desconforto do hábito. Queremos ser alterados, continuamos sempre sedentos de mudança até ao limite da imaginação mas ela não tem fim. Seja a realidade a nossa imaginação e nada mais, a criatividade constantemente e apenas nas nossas ações e em mais parte nenhuma de nós. Então os trajes aparentaram ser loucos, a fala megalómana e os gestos excêntricos porque se voltamos a produzir um movimento repetitivo podemos nunca chegar a despir aquela máscara envelhecida uma última vez antes de morrer.